Hoje
comemoramos o Dia Internacional do Contador de Histórias. Alegria, alegria! Que
nossas palavras continuem encantadas, que nossos corações continuem abertos e
que nossa alma continue plena para que esse nosso ofício contribua para que o
mundo seja mais leve e as pessoas mais felizes. Para comemorar, posto essa
história, generosamente oferecida pela encantadora Clarissa Pinkola Estes.
O Dom da
História
O
amado Bal Shem Tov estava à morte e mandou chamar seus discípulos.
-
Sempre fui o intermediário de vocês e, agora, quando eu me for, vocês terão que
fazer isso sozinhos. Vocês conhecem o lugar da floresta onde eu invoco a Deus?
Fiquem parados naquele lugar e ajam do mesmo modo. Vocês sabem acender a
fogueira e sabem dizer a oração. Façam tudo e Deus virá.
Depois
que Bal Shem Tov morreu, a primeira geração obedeceu exatamente as suas
instruções. E Deus sempre veio. Na
segunda geração, porém, as pessoas já haviam se esquecido do jeito que se
acendia a fogueira como Bal Shem Tov lhes ensinara. Mesmo assim, elas ficavam
paradas no local especial da floresta, diziam a oração e... Deus vinha.
Na
terceira geração, as pessoas já não se lembravam de como acender a fogueira,
nem do local da floresta. Mas diziam a oração assim mesmo. E Deus vinha.
Na
quarta geração, ninguém se lembrava de como se acendia a fogueira, ninguém
sabia mais em que local exatamente da floresta deviam ficar e, finalmente, não
conseguiam se recordar nem da própria oração. Mas uma pessoa ainda se lembrava
da história sobre tudo aquilo. E essa pessoa relatou essa história em voz alta.
E
Deus ainda veio...